DESENVOLVENDO A APRENDIZAGEM DOS AUTISTAS UTILIZANDO O MÉTODO
TEACCH
Por:
Maíra Augusta Silva
VISCONDE DO RIO BRANCO
JULHO - 2012
EXECUTORES DO PROJETO:
Responsável pela elaboração: Maíra Augusta Silva – Supervisora Pedagógica
Responsáveis para confeccionar o recurso didático: Maíra Augusta Silva – Supervisora Pedagógica
Nilcéia Aparecida Vieira – Professora
Maísa Ferreira – Monitora
Responsável pelo trabalho a ser desenvolvido com os alunos: Nilcéia Aparecida Vieira – Professora
Maísa Ferreira – Monitora
PERÍODO DE REALIZAÇÃO: Durante o Ano Letivo.
PÚBLICO ALVO:
Alunos do Ensino Fundamental - 3º e 5º Ano.
RECURSOS HUMANOS ENVOLVIDOS: Direção, Supervisão, Professora Regente de Turma, Monitora,
Professora de Educação Física, Fonoaudióloga, Terapeuta Ocupacional,
Fisioterapeutas, Assistente Social e Psicóloga.
APRESENTAÇÃO:
Atualmente vários métodos de ensino
em Educação Especial têm sido estudados na tentativa de descobrir qual é o mais
eficaz na alfabetização de alunos que tem autismo.
A proposta do
TEACCH se desenvolveu a partir de um grupo de abordagem psicanalítica criado no
Departamento de Psiquiatria da Universidade da Carolina do Norte em Chapel
Hill, para atender crianças com autismo (ou na época psicose infantil) e suas
famílias no início da década de 60 (Speers e Lansing, 1965). Em meados da
década de 60, o grupo contou com mais um membro da mesma universidade, Eric
Schopler, que foi posteriormente fundador do TEACCH. A intervenção era de base
psicodinâmica partindo da premissa da origem psicogênica do distúrbio (Kanner,
1943) e de que o autismo representaria uma fuga intencional e esquizofrênica da
realidade, partia de propostas terapêuticas que tratassem pais e crianças
separadamente, sendo as terapias em grupo para as crianças, oferecendo a esta
liberdade total para que pudessem expressar seus sentimentos e terapia
individual (de casal) intensiva para os pais, de forma que estes pudessem
modificar sua relação com os filhos.
A partir do início da década de 70 o grupo, e mais enfaticamente,
Schopler e Reichler, passou a reconhecer limitações substanciais na abordagem
terapêutica adotada. Com base em suas experiências e observações, adotaram uma
posição radical para a época, que de início significou não uma guerra contra a
psicanálise, mas sim contra as propostas que entendiam o autismo como uma
patologia causada pelos pais e consequentemente às abordagens terapêuticas
condizentes com esta hipótese. Schopler e Reichler passaram a conceber o
autismo como um transtorno de base neurobiológica, de etiologia desconhecida,
que provocaria déficits cognitivos e provavelmente seria estabelecido por
origens múltiplas (Schopler, Reichler e Lansing, 1980). Obviamente, isto muda o
enfoque da proposta terapêutica que passa a buscar entender a patologia
neurológica e desenvolver ambientes consistentes com as necessidades cognitivas
das pessoas com autismo.
TEACCH - Treatment and Education of autistic and
comunication handicapped children, em português significa: Tratamento e
Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados com a Comunicação. Ele organiza o ambiente através de
materiais que oferecem o apoio visual,
aumentando a independência da
criança através de um ensino estruturado.
O
método proporciona aos alunos uma rotina diária pré estabelecida dentro e fora
da sala, organizando assim questões internas e externas, as quais favorecem
melhor desempenho em habilidades escolares.
Na sala
de aula não pode ter estímulos visuais na parede e observa as carteiras estão
viradas para a parede, as quais estão separadas por armários que acomodam as
atividades.
Na
sala pode colocar uma prateleira ou outro mobiliário com característica
parecidas que determina a ordem das mesas que cada criança vai usar no dia, um canto para descanso, 4 mesas
individuais, sendo uma delas do professor, o qual deve trabalhar conteúdos mais
complexos. Cada aluno vai passar uma vez por dia na mesa do professor.
Em
cada mesa tem um painel que contêm a foto de cada criança e cartões que irão
determinar as atividades da mesa.
Em relação às
atividades, todas são feitas no concreto, pois dessa forma organizadas,
favorecem um melhor entendimento da proposta da mesma.
JUSTIFICATIVA:
Esse
Projeto surgiu com a necessidade de desenvolver a aprendizagem do aluno autista
através de um método concreto que fosse manipulado pelos mesmo e identificando
cada avanço, mostrar que mesmo com algumas limitações, o autista pode
apresentar habilidades através do método.
O
TEACCH beneficia:
• Generalização
• Controle do comportamento
• Independência
• Atenção
• Organização
• Desenvolvimento pedagógico
• Comunicação
Características
do TEACCH
• Individualidade na programação do
currículo
• Instrução visual
• Rotina com flexibilidade
• Ambiente livre de hiperestimulação
• Clareza nas ordens
• Organizar a noção de fim
• Ensinar habilidades em situações as
mais próximas das naturais
• Incentivar a comunicação
• Ordenação específica (da esquerda para
a direita / de cima para baixo)
• Auto monitoramento provocando
independência
• Análise de tarefas como recurso de
ensino e avaliação
• Ensinar a relação entre causa e efeito
• Ensinar habilidades para a vida adulta
No
início de agosto a Supervisora Pedagógica junto com a Professora e a Monitora
da sala, tem como proposta a confecção dos materiais para trabalhar com o
método teacch (agendas, pranchas e outros) sendo também utilizados em parceria
com a equipe terapêutica (Fonoaudióloga, Psicóloga, Terapeuta Ocupacional,
Fisioterapeuta e Assistente Social) que serão utilizados pelos ambientes na
escola.
As
atividades utilizadas em sala favorecem o aprendizado de classificação e
discriminação de cores, formas, tamanho, quantidade, figura fundo, constância
de forma, memória visual sequencial, trabalho de corpo associado ao ritmo,
jogos que estimulam a coordenação motora global e fina, percepção corporal,
enfim conceitos básicos, bem como alfabetização através de materiais que
trabalham letras, números, silabas, palavras, associação de figuras e letras,
conteúdos de matemática, entre outros.
Sempre
que se constrói um material, a estimulação multissensorial está presente, ou
seja, com os materiais propostos pelo método, a criança tem a possibilidade de
ver, ouvir o som das palavras e tocar (sentir) a atividade, porém tem que
isolar outros estímulos externos como manter a porta fechada, cortina fechada,
para que a criança preste mais atenção na atividade satisfatória, a qual tem
enriquecido também o arsenal de materiais utilizados no ensino comum e na sala
de recursos, utilizando os mesmos com crianças que tem dificuldade para
aprender e abstrair informações.
Materiais que usam no método teacch:
Figura fundo
|
Memória visual sequêncial
|
Diferenciar número de letra
|
Sequência e encaixe
|
Noção Espacial
|
Constância de forma
|
Classificação de gêneros
|
Encaixe
|
Discriminação de cores
|
Noção
Espacial
|
Coordenação viso
espacial
|
Encaixe
|
Encaixe e
discriminação visual
|
Quantidade
|
Discriminaçao
de Cor e pinça fina
|
Tamanho e
Quantidade
|
Classificação
|
Discriminando
Vogais
|
|||||
|
|
|
|||||
|
|
|
|||||
|
|
|
|||||
Categorias
diferentes
|
Categorias
diferentes
|
Discriminação
visual e figura fundo
|
OBJETIVO GERAL:
·
Oportunizar aos alunos
e professores a manipulação de materiais concretos, possibilitando a todos uma
melhoria no processo ensino-aprendizagem.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
·
Identificar
a importância do método teacch;
·
Desenvolver
habilidades no uso do material;
·
Propiciar aos alunos e
professores o uso do método;
·
Explorar novas
possibilidades pedagógicas e contribuir para uma melhoria do trabalho docente
em sala de aula
·
Despertar
mais o interesse dos alunos pela aprendizagem;
·
Possibilitar
acesso ao método, a todos da escola;
·
Possibilitar
ao corpo docente condições para melhorar as práticas pedagógicas;
·
Oportunizar
ao corpo docente viverem novas relações aluno-professor em ambiente diferente
de sala de aula tradicional;
METODOLOGIA
O Projeto será
desenvolvido através do trabalho sistemático, de Agendas com a montagem de um
material prazeroso que desperte a atenção do aluno, com um foco mais
individualizado e específico para a compreensão do mesmo.
Para
colocar o método em prática, primeiro partimos da aceitação da instituição,
depois pelos profissionais, que tem que ter o conhecimento sobre o teacch.
Iniciamos
pelas Fases da aprendizagem:
Nova
aprendizagem (dependente)
– Mostrar uma nova tarefa
– Dirigir o aluno para a execução da tarefa considerando
os níveis de ajuda
– Instrução individualizada (1:1)
– Registrar o comportamento
Atividade Independente (trabalhar)
– Quando o aluno executa a tarefa sem a ajuda do instrutor
– Somente a partir deste momento é que sua atividade passa ao sistema de
trabalho, garantindo a independência.
– Enquanto o aluno não dominar a tarefa, esta não deverá ser incluída na
dinâmica do seu trabalho.
Tipos de ajuda
• Ajuda física
total
• Ajuda física
parcial
• Ajuda física
+ verbal
• Ajuda verbal
+ gestual
• Ajuda verbal
• Prompts
• Supervisão
RECURSOS DIDÁTICOS:
· EVA;
· TINTA GUACHE;
· CARTOLINA;
· COMPUTADOR;
· COLA;
· FOLHA A4
· DUREX;
· DUREX COLORIDO;
· PINCEL;
· OUTROS
DESENVOLVIMENTO:
Reunião
com a Professora e monitora da sala
juntamente com a Supervisora Pedagógica e os Profissionais envolvidos da área
clínica, para discutir “o método teacch no processo
ensino-aprendizagem dos Alunos”.
Levantamento
de sugestões para o desenvolvimento das aulas usando o método.
O
Projeto será realizado através de atividades orientadas e auxiliadas pelo
Professor Regente e a Monitora e contará com sugestões da Supervisora.
AVALIAÇÃO:
- Ocorrerá após cada
atividade desenvolvida e servirá de base para o planejamento das atividades
posteriores.
-
Através da participação e interesse dos alunos durante as atividades
desenvolvidas.
- Melhoria no desempenho e interesse dos alunos nas
atividades escolares.
- Mudança de postura dos alunos e professores em relação método teacch.
- Mudança de postura dos alunos e professores em relação método teacch.
A avaliação do projeto será realizada no final de
cada semestre, no qual os profissionais envolvidos poderão refletir discutir e
opinar sobre o trabalho desenvolvido.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
APRENDER A OLHAR
PARA O OUTRO: Inclusão da Criança com Perturbação do
Espectro Autista
na Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico.
BONORA L.M.B. A
INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA EM CASOS DE AUTISMO Psicopedagodia online. Educação
e saúde. www.psicopedagogia. com.br/artigos/artigo.asp?entrlD=1307.
CAMINHOS PARA O AUTISMO. Modelos de tarefas concretas (pranchas). Disponível em: http://www.cedapbrasil.com.br/portal/modules/xcgal/thumbnails.php?album=6.
Acesso em 16 jul. 2012.
JORDAN, Rita.
(2000). Educação de Crianças e Jovens com Autismo, Instituto de Inovação Educacional, Lisboa.
MWANG, Margaret,
Gorden PORTER & Mel. AINSCOW (1997). Caminhos para as
Escolas
Inclusivas, Instituto de Inovação Educacional, Lisboa.
VATAVUK, Marialice
de Castro. ProFala. Distúrbios Aprendizagem? Disponível em: ww.profala.com/autismo1.htm />.
Acesso em 17 jul. 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário